“A língua que eu falo Influência a maneira que eu penso?”, de Betty
Birner, procura defender a idéia de que não é propriamente a língua que
falamos que define o modo como pensamos, mas sim que a cultura, o
pensamento e a linguagem se inter-relacionam de tal forma que um
interfere no outro, e o conjunto dos três irá determinar como pensamos.
Para
a autora, nada impede que se possa pensar em algo mesmo que não se
tenha uma palavra específica para designar isso. Ao mesmo tempo, o fato
de não se ter uma palavra para designar algo pode significar que,
culturalmente, o povo que criou aquela língua não sentiu a necessidade
de criar essa palavra porque não pensava no que ela significa. É mais ou
menos assim: só porque os outros idiomas não têm a palavra saudade,
isso não quer dizer que as pessoas que vivam em outros contextos
culturais que não o Brasil não sintam saudades umas das outras. Elas
apenas não possuem uma palavra para nomear esse sentimento; mas ele
existe. Ou melhor, a existência ou não desse sentimento vai depender da
cultura. E dá para sentir e pensar em saudade mesmo sem se ter uma
palavra específica.
Da mesma forma, a gente aprende a agrupar objetos semelhantes em
grupos, mas o que é considerado similar em um idioma vai depender de
aspectos culturais, o que faz com que esses grupos de elementos variem
de idioma para idioma. Essas diferenças na divisão da realidade em
categorias provocam diferenças na forma de pensamento (e pensar
diferente leva a uma cultura diferente, que por sua vez leva a uma
linguagem distinta – acho que já deu para entender isso :P). Um dos
exemplos citados no texto é a divisão do dia em horas, minutos e
segundos. Isso cria em nós a ilusão de que o tempo é algo que pode ser
fragmentado e compartimentalizado, com se as divisões do tempo fossem
‘coisas’ a serem preenchidas. Em outras culturas, o tempo não é dividido
da mesma forma (a linguagem o trata com algo sucessivo e contínuo).
E sabe aquela história de que os esquimós teriam dezenas, ou até
centenas de palavras para se referir à neve? Isso também decorreria da
cultura – para eles, é relevante saber distinguir entre os tipos de
neve, porque eles convivem o tempo todo com isso. Mas até esse mito pode
ser desconstruído a partir de uma análise mais atenta do processo de
formação de palavras da linguagem esquimó (na verdade, o que para eles é
uma palavra, para nós seria a combinação de duas ou três, o que no
fundo reforça a idéia de que linguagem, cultura e pensamento dependem um
do outro).
Na Educação hoje fala-se muito em Pedagogia de Projetos, este é uma
abordagem nova, que leva em consideração trabalhar metodologicamente o
conhecimento escolar através de Projetos de forma interdisciplinar. A
entrevista nos mostra como a Profª Elizabeth concebe trabalhar Projetos
na escola. Mas, o que percebemos que a realidade não é bem essa,
observamos práticas pedagógicas arraigadas à metodologias tradicionais,
em que o conhecimento do aluno não é levado em consideração. Encontramos
muitas barreiras em trabalhar Projetos na escola, tenho como exemplo a
Escola que trabalho, tentamos trabalhar através de projetos e
encontramos muita resistência, o Professor se diz sem tempo, sem
preparo. Acha muito cômodo trabalhar de forma tradicional, apenas
repassar o conhecimento, e cobrá-lo posteriormente. Com isso fica
difícil construir conhecimentos de forma significativa para o aluno, em
que sua participação é essencial para a sua aprendizagem.
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