segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Liguagem , pensamento e cultura

“A língua que eu falo Influência a maneira que eu penso?”, de Betty Birner, procura defender a idéia de que não é propriamente a língua que falamos que define o modo como pensamos, mas sim que a cultura, o pensamento e a linguagem se inter-relacionam de tal forma que um interfere no outro, e o conjunto dos três irá determinar como pensamos.
Para a autora, nada impede que se possa pensar em algo mesmo que não se tenha uma palavra específica para designar isso. Ao mesmo tempo, o fato de não se ter uma palavra para designar algo pode significar que, culturalmente, o povo que criou aquela língua não sentiu a necessidade de criar essa palavra porque não pensava no que ela significa. É mais ou menos assim: só porque os outros idiomas não têm a palavra saudade, isso não quer dizer que as pessoas que vivam em outros contextos culturais que não o Brasil não sintam saudades umas das outras. Elas apenas não possuem uma palavra para nomear esse sentimento; mas ele existe. Ou melhor, a existência ou não desse sentimento vai depender da cultura. E dá para sentir e pensar em saudade mesmo sem se ter uma palavra específica.
    Da mesma forma, a gente aprende a agrupar objetos semelhantes em grupos, mas o que é considerado similar em um idioma vai depender de aspectos culturais, o que faz com que esses grupos de elementos variem de idioma para idioma. Essas diferenças na divisão da realidade em categorias provocam diferenças na forma de pensamento (e pensar diferente leva a uma cultura diferente, que por sua vez leva a uma linguagem distinta – acho que já deu para entender isso :P). Um dos exemplos citados no texto é a divisão do dia em horas, minutos e segundos. Isso cria em nós a ilusão de que o tempo é algo que pode ser fragmentado e compartimentalizado, com se as divisões do tempo fossem ‘coisas’ a serem preenchidas. Em outras culturas, o tempo não é dividido da mesma forma (a linguagem o trata com algo sucessivo e contínuo).
    E sabe aquela história de que os esquimós teriam dezenas, ou até centenas de palavras para se referir à neve? Isso também decorreria da cultura – para eles, é relevante saber distinguir entre os tipos de neve, porque eles convivem o tempo todo com isso. Mas até esse mito pode ser desconstruído a partir de uma análise mais atenta do processo de formação de palavras da linguagem esquimó (na verdade, o que para eles é uma palavra, para nós seria a combinação de duas ou três, o que no fundo reforça a idéia de que linguagem, cultura e pensamento dependem um do outro).
    Na Educação hoje fala-se muito em Pedagogia de Projetos, este é uma abordagem nova, que leva em consideração trabalhar metodologicamente o conhecimento escolar através de Projetos de forma interdisciplinar. A entrevista nos mostra como a Profª Elizabeth concebe trabalhar Projetos na escola. Mas, o que percebemos que a realidade não é bem essa, observamos práticas pedagógicas arraigadas à metodologias tradicionais, em que o conhecimento do aluno não é levado em consideração. Encontramos muitas barreiras em trabalhar Projetos na escola, tenho como exemplo a Escola que trabalho, tentamos trabalhar através de projetos e encontramos muita resistência, o Professor se diz sem tempo, sem preparo. Acha muito cômodo trabalhar de forma tradicional, apenas repassar o conhecimento, e cobrá-lo posteriormente. Com isso fica difícil construir conhecimentos de forma significativa para o aluno, em que sua participação é essencial para a sua aprendizagem.

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